13 dezembro, 2009

Na verdade, os homens é que são complicados.

Às vezes eu me pergunto se o problema é comigo ou com os homens do mundo. Ou talvez o fato de me considerar um travesti pode ser muito relevante nas minhas relações.
O fato é que os homens do mundo não tem mais culhão. Isso mesmo! Se tornaram fracos e medrosos. Ou talvez - e daí a culpa não é inteiramente deles - eles se acomodaram com a imensa maioria de mulheres co-dependentes e sei lá mais o que existentes no mundo.
Você, mulher forte, independente, trabalhadora, etc conhece um mané. Vocês saem, começam a se conhecer. Não vou discorrer sobre sexo no primeiro encontro. Tenho muita confiança na minha sexualidade e em mim. Se eu estou afim, vou fazer e pronto. Vai do cara querer continuar ou me julgar como puta e não me procurar mais. Enfim. Daí, passadas algumas semanas, conversinhas, elogios, digressões sobre os mais absurdos assuntos, tudo vai correndo bem. E então você começa a baixar a guarda. Pô, o cara é legal, é bom de papo, é fofo...
Mas então, como prova da minha antiga teoria, as máscaras começam a cair. E bizonhamente o cara desaparece. PUFF. Abracadabra e voilá: ele sumiu! Sem uma última ligação, sem um motivo - quer dizer, motivo há, você é que desconhece. Enfim, ele some e te deixa no escuro.
E tem coisa mais filha da puta do que isso? Porra, querido. Não vou me matar nem sucumbir à tristeza eterna. Nada dessa coisa Alvares de Azevedo de ser. Ninguém é obrigado a ficar com ninguém. Crie coragem. Seja homem. Tenha culhões. Homem que foge para nao encarar uma mulher e dizer que não quer mais nao merece respeito. Aliás, acho que culhão deveria vender na farmácia. Se você pode comprar ereção, pode muito bem encomendar sua dose diária de culhão! Ou faça como o Koothrapali e beba!!
Só tenha respeito pela mulher que você vai dar o fora. O mundo dela não vai cair só porque você não quer mais. Pode até ser um favor que você faça. Só não nos faça perder o resto de féque temos em vocês.

05 novembro, 2009

A história da garota

Preguiça de terminar...quem sabe um dia. To em stand by até segunda ordem.


Desde pequena ela já era independente. Não se ligava em amarras e achava queas amizades não a completavam. Passava de grupo em grupo, tentando acharalguém que fosse como ela. Foi esbarrando por algumas pessoas durante suainfância e começo de adolescência...mas nenhuma se encaixava. E no fim, comoela sempre se bastava, pulava de galho em galho. Mas um dia a amiga perfeitaapareceu... e está com ela há dez anos.A garota sempre foi forte. Sempre se bastou. Sempre provou para todos quepodia e pode fazer as coisas por ela mesma, sem depender da ajuda dosoutros. Ela se cansa fácil de ter de esperar por qualquer pessoa. Semprecorrendo, sempre arrumando e sempre protelando. Ela gosta de procrastinar.Mas só tem uma coisa que ela sempre foi dependente: um amor.E essa é a única coisa que a garota ainda não conseguiu conquistar como elaqueria. Algumas coisas ainda faltam em sua vida para ela se sentir completa,mas é por um amor que ela mais anseia.

29 outubro, 2009

Que país é esse?

Eu sempre me orgulhei de ser brasileira. Sempre me orgulhei de ter nascido num país tropical, divertido, caloroso e amável. Tudo bem que é um país de terceiro mundo, existe uma pobreza absurda, favelas pra todos os cantos, corrupção. Isso são coisas aparentemente intrinsecas ao nosso país. E não me dá orgulho. O que me dá orgulho é o brasileiro em si.
Daí que vc, brasileiro orgulhoso como eu, se acostumou com a feira de mulheres na tv dançando funk. Se acostumou com alguns gringos que acham que a gente anda pelado o dia todo. Tudo bem, vc dá risada. Afinal, nós mesmos passamos essa imagem.
Eu tenho orgulho do Brasil pq aqui prostituição é reconhecida por lei. Tá no código!!! Não é incrivel? Eqto os norte americanos moralistas até o ultimo fio de cabelo são contra a prostituição e prendem as moças, aqui a gente vê o negócio comendo solto nas ruas. E quer saber? Vc tem que ser muito mulher pra ser uma moça da vida. E eu as admiro. Muito!
Pois ai que estou lendo notícias na internet, como faço diariamente e lá está uma matéria que cutuca a minha curiosidade: Aluna com pouca roupa provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web. Bom, venhamos e convenhamos, universidade existe para ampliar seus horizontes, seus limites. Te empurrar pra algo maior. Para compreender algo maior do que seu umbigo. E você também imagina, na sua ingenuidade, como a minha, que as pessoas que estudam em uma universidade são pessoas estudadas, educadas e que sabem respeitar o outro. Ledo engano. Curiosa que sou, lá fui eu ver o tal vídeo. Tamanha a surpresa foi descobrir que no vídeo, centenas de alunos reunidos, intimidando a menina, gritando "puta", "vagabunda", entre outras palavras tão dignas!
Entao, eu me pergunto: que país é esse? Que país que vende cerveja mostrando mulheres bonitas, semi-nuas e aplaude? Que país é esse que se aglomera em plena Avenida Paulista pra ver a Mulher Melancia rebolar até o chão? Que país é esse em que você pode assistir cenas de insinuação de sexo em plena novela das sete? E então, numa universidade vemos esse falso moralismo escroto pq uma aluna foi com um vestido curto? Levante a mão, caras amigas, que nunca usaram um decote mais exagerado. Levante a mão, querido amigo, que nunca virou o pescoço pra ver alguma gostosa passando. Levante a mão, brasileiros, quem nunca pensou em sacanagem numa hora totalmente inapropriada! Pois bem. Alguém pode me dizer como, COMO numa universidade, pseudo-estudantes intimidam uma garota por um vestido curto. Alguém ali paga as contas dela? Alguém ali é responsável pela sua alimentação, vestimenta, moradia, estudo? Alguém? Qualquer um? Hmmm...
Grandes alunos da UNIBAN, eu os saúdo pela maior demonstração de falso moralismo, de babaquice, de desrespeito, de estupidez que já vi na vida. E olha que nesses 25 anos já vi muita coisa. Os saúdo pq, tenho certeza, nenhum de vcs consome essas cervejas vendidas pelo capeta do sexo. Muito menos parou pra babar na mulher melancia (ou para xingá-la, nao é mesmo meninas?). Pq eu tenho certeza absoluta que vocês fazem trabalho de caridade e sustentam essa moça!
Esse moralismo que cheira a whisky paraguaio não é orgulho pra ninguém!

11 agosto, 2009

Palco da vida

Recebi este texto belíssimo de uma pessoa querida. Nada como dividir com outras igualmente queridas.

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá à falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer "eu te amo". É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.Jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!
Fernando Pessoa

10 agosto, 2009

And then you learn what you can endure

E então eu descobri que os interesses movem o mundo. E que os interesseiros existem em maior quantidade do que minha escassa imaginação pudesse saber.
E então eu descobri que versões diferentes do acontecido começaram a ser pintadas e contadas por ai.
E então eu descobri que você se faz de vítima em todas as situações, pra que qualquer um sinta pena e comiseração. E quem sabe assim você nao precise fazer o que vc tem de fazer.
Eu só não descobri ainda o pq vc se faz de vítima. Qual o verdadeiro benefício.
Mas eu descobri que posso agüentar muitas coisas. Mas vc, eu nao agüento mais nem um segundo.

06 agosto, 2009

Um adendo nas coisas que aprendi / e algumas coisas que tentei te ensinar.

Eu aprendi que sorrir abre muitas portas. Eu aprendi que reclamar e dizer que tudo está ruim só atraem coisas ruins. Eu aprendi que vc atrai tudo aquilo o que deseja. Eu aprendi que não tenho paciência para mau humor, reclamação, cretinice. Eu tentei te ensinar isso tantas vezes. Todos os dias eu tento lhe mostrar que abrir um sorriso pode ser a resposta para muita coisa. Todos os dias eu tento lhe mostrar que suas atitudes fazem mal para você, mas você se recusa a me ouvir. Eu tentei te ensinar que você não precisa agradar as pessoas. Que nada, nem ninguém, nunca agradarão gregos e troianos.
Sei que acordo de mau humor e tenho meus dias vermelhos. Todo mundo os tem. Mas eu tento todos os dias, fazer dos meus dias os melhores dias. Eu acordo pela manhã pensando o quanto o dia será bom, pq eu quero isso. Pq eu decidi de antemão que será um ótimo dia. E ao invés de você fazer o mesmo, vc só reclama. Só se coloca mais pra baixo.
Eu aprendi que auto-estima é uma coisa incrível e necessária. Eu aprendi que a gente tem que se amar. Mas não da boca pra fora. No dia em que você deixar de se rebaixar pelos outros, de achar que qualquer um é melhor que você e que você deve servir de capacho para essas pessoas, tudo irá mudar. Até lá, vc vai continuar na merda, como vc mesma diz.
Até lá, vc pode me fazer um favor? Pare de reclamar para mim. Sou boa ouvinte, mas chega uma hora que até o melhor dos ouvintes tem vontade de fugir!

05 agosto, 2009

O que eu aprendi

Eu aprendi com todos os nasceres do dia. Eu aprendi com todos os pores do sol. Eu aprendi com todas as chuvas que tomei. Eu aprendi que a cada novo dia eu posso fazer algo diferente e melhorar o que não foi bom no anterior. Eu aprendi que todos os dias são novos recomeços. Eu aprendi que todo dia eu aprendo alguma coisa. Eu aprendi que todo dia eu tenho uma nova chance.
Eu aprendi com todas as brigas. Eu aprendi com todas as lágrimas. Eu aprendi com todas as vezes que meu coração foi quebrado. Eu aprendi com todas as despedidas. Eu aprendi que não posso me fechar no meu mundinho e fingir que não há um mundo lá fora. Eu aprendi que não preciso me esconder só pq alguém machucou meu coração. Eu aprendi que as pessoas são diferentes. Que mesmo que seja difícil confiar, eu posso tentar.
Eu aprendi com cada gargalhada. Eu aprendi com cada brinde. Eu aprendi com todas as idas ao boteco. Eu aprendi com todas as cervejas que tomei. Eu aprendi que ter amigos verdadeiros é a melhor coisa que pode acontecer a uma pessoa. Eu aprendi que somente aqueles que te conhecem realmente e são seus verdadeiros amigos podem arrancar um sorriso seu, mesmo que seja no seu pior dia. Eu aprendi que rir bêbada é ainda mais gostoso. Eu aprendi que vinho não é lá a melhor bebida pra mim...quer dizer, não em excesso!
Eu aprendi com todas as cretinices que fizeram pra mim. Eu aprendi que gosto de pessoas adultas. Eu aprendi que eu cresci! Eu aprendi que existem pessoas de 30 anos que agem como se tivessem 15 anos. Eu aprendi que as pessoas se recusam a crescer.
Eu aprendi tantas coisas que às vezes parece irreal. Mas eu nunca as esqueço. Eu aprendi tantas coisas que fica até difícil colocá-las em prática todos os dias.
Mas a coisa mais importante que aprendi foi graças à minha mãe: não importa o que os outros falam, o que importa é que vc fez com o coração.

03 agosto, 2009

A história do malandro

O malandro chega de mansinho. Passos curtos, silenciosos, pés descalços. Entra meio como quem não quer nada, como se só estivesse ali de passagem. Ninguém dá muita atenção para sua presença. Ele fica ali, parado, com um simbólico sorriso no rosto, esperando.
E daí você nota a presença dele. Percebe o sorriso maroto e o semblante divertido. Depois de uns dias nota que está procurando aquele sorriso na multidão. E toda vez que o encontra, seu coração acelera. Suas mãos tremem e você se sente aliviada e nervosa, feliz e ansiosa. Apreensiva.
Devagar ele dá um sorriso de canto de boca. Os olhos misteriosos e profundos instigam você a se aproximar. E lá vai você. Desarmada, com o coração a mil. Pensando o que aquele sorriso infantil e sonhador esconde do mundo.
As palavras proferidas a fazem rir. Palavras pensadas com esmero para que você tenha um tempo agradável ao lado do malandro. Ele sabe como fazer isso. Ele sabe o que dizer.
Vocês voltam a se encontrar. Gostam das mesmas bandas, dos mesmos bares, dos mesmos restaurantes. Leram os mesmos livros e gostam do café com um pouco de leite. Nada exagerado. O leite deve ser na medida certa.
Foram aos mesmos shows e deliraram nas mesmas músicas. Gostam de Guinness e acham o chop Black da Brahma adocicado e ruim.
Os filmes favoritos são os mesmo. Só a posição no ranking é que muda. Mas ele ainda acha que você superestima A Cor Púrpura.
E então você percebe que sua vida está entrelaçada à dele. Você percebe que o amor que passou a sentir parece até palpável. Você quase consegue segurá-lo e guardá-lo numa caixinha. E você passa a prezar isso com todo o seu ser. E pensa em coisas que nunca havia imaginado. Pensa em casar. Pensa em filhos. Pensa no vestido de noiva. Pensa na aposentadoria.
Mas você não vê o que o malandro faz com você. Você não percebe que na verdade está triste, descuidada e longe de se dizer feliz. O malandro fez com que você viva só para ele. E mais ninguém. Nem você.
Porém, um dia, a coisa se torna tão insustentável que você junta suas coisas e vai embora. Diz: eu não te amo mais. Vira as costas e vai embora.
Anos depois, você sente vontade de vê-lo. De falar com ele, nada de mais. Hoje tudo passou. As dores, as lágrimas. Hoje, você só quer ser amiga. Mas o malandro te engana de novo. Faz você pensar que ele precisa de você e você precisa dele. Faz cara de cachorro pidão, diz que sua vida não é a mesma sem você.
Quando você chega em casa, começa a pensar. E acha que não é feliz com ele, mas também não é feliz sem ele. Você passa a acreditar que nunca mais vai amar ninguém como o amou e que sua vida acabou ali.
De mansinho, o malandro chegou e se instalou. Passos curtos e silenciosos, com os pés descalços. Entrou meio como quem não quer nada, mas ali se instalou e ali ficou. Agora todos notam a sua presença. Através do olhar vazio e desesperançado que você olha o mundo.

29 julho, 2009

O que eu perdi

Eu perdi a fé no amor. Eu perdi a fé no mundo. Eu perdi a fé nos dias, nas semanas, nos meses, nos anos. Eu perdi a fé nas horas. Eu perdi a fé nas pessoas, nas palavras, nos gestos, nos afetos. Eu perdi a fé nos amantes. Eu perdi a fé no trabalho, na humanidade, na sociedade. Eu perdi a fé nas escolhas. Eu perdi a fé no cotidiano, na rotina. Eu perdi a fé nas instituições previamente impostas por uma sociedade hipócrita e corrupta. Eu perdi a fé em mim, na minha vida, no meu futuro, no meu destino. Eu perdi a fé nos meus sentimentos, tão confusos eles andam...

E se você me ajudasse a encontrar a fé?

27 julho, 2009

E eu finalmente cansei...

Eu nunca fui daquelas que se nega a fazer coisas pelas pessoas que ama. Muito pelo contrário. E acho que por conta disso tive as maiores dores e decepções da minha vida. O meu impedimento de dizer não sempre machucou apenas a mim, mas creio que, sabendo que eu deixei alguém feliz, no fundo eu achava que estava td bem. E não está.
Eu percebi que não posso ser responsável pelos outros. Que não tenho como colocar freios e impedir que as pessoas sejam inconseqüentes. A única coisa que posso fazer é dizer não.
Já vi vocês usando pade. Já vi vocês gastando um dinheiro que não tem. Já vi vocês gastando o dinheiro de outro alguém. Já vi vocês fazendo coisas impublicáveis. Mas eu finalmente cansei. Agora, a responsabilidade é de vocês. O que posso oferecer agora é apenas meu ombro. A minha energia vcs também já gastaram...

13 julho, 2009

Nós dois

Nós dois ficamos juntos por um tempo. Pouco tempo, se comparado com as experiências que ele teve depois. Mas ficamos juntos por um tempo. Rimos, choramos, brigamos. Fomos e voltamos incontáveis vezes. E então, nos separamos de vez.
Nos machucamos de maneiras diferentes, por motivos diferentes e com intensidades diferentes. Cada um sabe bem a dor que carregou durante todos esses anos. Eu nunca escondi que demorei anos para esquecê-lo. Mesmo tendo me mudado, me encontrado, feito coisas novas e experimentado tudo o que estava ao meu alcance, tentei esquecê-lo por diversas vezes sem sucesso. Não sei como foi para ele. Somos bem diferentes neste aspecto. Ele é mais teimoso. Eu sou mais tola, tenho costume de remoer (sou limítrofe...). Mesmo assim, depois de anos, ele passou a ser uma memória divertida. Algo que me ensinou muitas coisas - coisas essas que tentei aplicar em tudo o que fiz e faço. Foi difícil. Todas as lágrimas, todas as dores, os pensamentos. Mas uma hora tudo ficou para trás.
E então nós dois crescemos. Nós dois amadurecemos. Longe um do outro, sem contato algum. Por muitas vezes, durante todos esses anos eu me peguei pensando nele. Se ele estava feliz, realizado, saudável. Apesar de todas as dores, sempre quis que ele fosse feliz. Que encontrasse tudo o que sempre quis para o quadro que ele sempre pintou. Mas viramos adultos e nos tornamos pequenas lembranças dentro de cada um. Foi entao que deixei de pensar nele. Foi então que segui com a minha vida. Decidi que um outro alguém poderia ser digno da minha confiança.
Mais uma vez eu errei. Mas eu aprendi com os erros com ele. Entao, foi bem mais fácil de lidar. E aí nos encontramos por um capricho de um certo alguém querido. Alguém que cansou de me ver sozinha.
E nós rimos juntos de novo, brincamos. E descobri que aquela intimidade que há tantos anos estava apagada, continuava ali. Que parecíamos os mesmos de sempre. Que nada mudou ao longo desses incontáveis anos.
Mas tudo mudou. Nós viramos adultos. Vivemos vidas bem diferentes e temos visões diferentes das coisas. Por duas horas, nada havia mudado. Até a realidade bater na porta.
Para sempre o terei como alguém muito querido. Que me bateu a afagou. Que me ensinou coisas certas e erradas. Só não existe mais aquele sentimento de antes, aquela paixão. Hoje existe carinho. Há muito coloquei uma pedra no sentimento que tinha. Mas o carinho que carrego é pra sempre. E é suficiente para mantermos uma amizade, que surgiu depois que as dores foram apagadas...

07 julho, 2009

Falta algo...

Às vezes eu me pergunto se é preguiça. Se é por falta de assunto. Se é bloqueio. Ou até mesmo por não saber escrever sobre qualquer assunto. Na verdade, nunca soube escrever sobre nada – tive espasmos algumas vezes e desses espasmos surgiram textos divertidos.
Por mais que eu não tenha conseguido escrever nada descente nos últimos tempos – e pra ser bem honesta, não tenho conseguido escrever nada, que preste ou não – eu sinto um vazio muito grande quando não escrevo. Parece que nada faz sentido ou tem graça. Parece que tudo o que foi feito foi em vão, pq não consegui escrever nada sobre aquilo.
Pode ser que eu me force demais a escrever e, portanto, nada saia do meu mofado cérebro. Mas se não escrevo, nem que seja uma frase sequer, tendo ela algum efeito nas pessoas ou não, eu me sinto vazia. Como se nada fizesse sentido.
E ultimamente nada tem feito sentido. Não consigo mais ser engraçada como antes. Não consigo soltar uma frase que seja. Apenas as conversar corriqueiras de todos os dias. Tenho servido de ombro amigo. Escuto, abraço, choro junto. Mas nada é dito. Pq simplesmente eu não consigo pensar em nada. Formar uma opinião. Expressar um desejo. Nada.
Eu não sei pq tem sido assim. Eu tenho vontade de escrever e tenho milhões de assuntos na cabeça, mas nada acontece. Não sei se eh pq nada causa um impacto suficientemente forte em mim para que eu me motive a escrever, ou se simplesmente a era dos espasmos acabou e agora eu percebi que não sirvo para escrever nada.
Meu livro está parado há uns dois ou três anos. O último texto que escrevi foi sobre MJ e só pq senti repugnância com o texto do Paulo Ricardo. Quis falar sobre a decisão de não mais necessitar de diploma para exercer o jornalismo, mas tanto já foi dito, por tantas pessoas, que não consegui falar nada. Quis falar sobre amizade, sobre o meu primeiro “date” na vida. Quis falar sobre as irresponsabilidades de alguns amigos com dinheiro, quis falar mais sobre mim, sobre minha família.
Mas simplesmente nada mais faz sentido o suficiente para que eu coloque no papel. Não me sinto em paz, mas Tb não me sinto mal ou confusa. Eu simplesmente não ando sentindo nada. Acho que tenho me preocupado demais em ser boa ouvinte para os outros e tenho esquecido de ser boa ouvinte pra mim.

03 julho, 2009

Raining again...

Just don't feed the monster...

26 junho, 2009

Como não homenagear Michael Jackson ou Resposta ao Sr. Paulo Ricardo

Ontem, 25/06, mal o mundo perdeu Farrah Fawcett, teve também que se despedir de Michael Jackson. Ídolo pop e rei em todos os sentidos. Desde Jackson 5 até o dia de sua morte foi aclamado e venerado pelo mundo, que se rendeu aos seus sucessos como Thriller e Billy Jean. E isso aconteceu no século passado...
E eis que então, aos 50 anos, ele diz adeus ao mundo cruel. Deixa três filhos, uma dívida absurda e um legado inestimável. Belíssimo lembrar que um dia ele gravou um videoclipe no Morro de Dona Marta no Rio, em meio a barracos de madeira e traficantes. É hora de dizer adeus; prestar as últimas homenagens ao cantor e compositor mais inteligente e perfeccionista que o mundo pode conhecer. Está certo que depois de Thriller a coisa desandou, mas MJ nunca perdeu seu posto. Quem pode ter o luxo de dizer que é o responsável pelo disco mais vendido em todo o mundo até hoje?
Pois eis que no dia seguinte à sua morte, após acompanhar por três horas a CNN ontem, leio hoje na Folha de São Paulo um texto “especial” escrito pelo cantor Paulo Ricardo, que um dia foi famoso devido ao grupo RPM. Tentando não levar para o lado pessoal a analogia sobre a perda de sua cor (devido a uma doença de pele não contagiosa que também tenho há 20 anos) com a perda de seu talento, esse foi, com toda a certeza, o pior especial que li em toda a minha vida.
Dizer que MJ agora está em “alguma cidade fantasma imaginária conversando com Elvis e Hitler” foi de extremo mau gosto. Compará-lo a um ex-ditador que pregava uma supremacia branca e limpeza do mundo com o extermínio de judeus foi no mínimo falta de respeito. Não só para com MJ, mas com o mundo inteiro – fãs e não fãs do cantor.
Que teve uma vida conturbada, cheia de bizarrices, cujas plásticas para afinar o nariz, o queixo, as maçãs do rosto, agravadas por uma doença de falta de melanina na pele não justifica compará-lo a Hitler. Ninguém nunca viu ou noticiou MJ fazendo algo racista ou contra algum povo e/ou raça. Pesquisar não custa, Paulo Ricardo. Se tivesse dito que estava com Elvis e Ray Charles, as pessoas entenderiam. Astros da música que hoje estão juntos e que um dia iluminaram nossa vida aqui na Terra...
“O que se seguiu foi um festival de delírios totalitários fascistas, trajes reais, salpicados de cristais Swarowski, e muita, muita bizarrice enquanto Michael tentava se metamorfosear em Elizabeth Taylor. Tudo isso servido com uma suave redução de pedofilia light”, diz, tão iluminadamente este cantor brasileiro. Delírios totalitários fascistas. Vamos dar um Google nisso: fascismo significa uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália nos idos anos de 1919 e seu governo que durou até 1945 (final da segunda guerra mundial...alguma recordação?). Derivado da palavra fasce, o fascismo é uma corrente prática da política que ocorreu na Itália opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias. Os fascistas também eram conhecidos como camisas negras. “A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta os homens e usa modernas técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e por vezes na xenofobia (nacionalismo étnico), privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando certa apatia ou indiferença para com os imigrantes. (copiado bonito do Wikipédia). Dai que eu me pergunto: NAONDE, MJ era totalitário fascista? “O líder fascista foi em regra um ator exagerado, procurando seduzir as massas populares para o seu papel messiânico” (chupinhado tb do Wikipédia). Ator exagerado? Sim, com certeza. Papel messiânico? Me pergunto... Falta pesquisar meu povo, antes de falar borracha. E depois o Gilmar Mendes diz que não precisa de diploma para exercer o jornalismo...
Qual o problema dos cristais Swarowski? Sério, qual a relevância se são cristais verdadeiros ou strass da 25 de Março? Se metamorfasear em Liz Taylor? Jesoos. E, pelamor, alguém defina pedofilia light! Eu nunca vi pedofilia light. Se ele é culpado ou nao, eu não sei. Nunca o acusei e todas as histórias sempre tinham um quê de estranhisse. Mas pedofilia light foi o cúmulo.
Sinceramente? Foi a maior falta de respeito pública que eu já vi alguém prestar e um jornal tão bem conceituado publicar! Eu não sei se dou risada, se tenho pena ou se finjo que nunca me deparei com tamanha atrocidade. Se você nao tem algo melhor a falar, o silêncio vale ouro. Querer dizer que ele foi brilhante e infelizmente se perdeu durante os percalços da vida é absolutamente válido. Mas, a partir do momento em que você começa a fazer comparações absurdas, desnecessárias e burras, o melhor a fazer é dizer que prefere sofrer em silêncio do que fazer as pessoas sofrerem com as atrocidades escritas.

16 junho, 2009

...

Estou sofrendo de um bloqueio aparentemente interminável. Há um mês não passo por aqui. Há um mês não tenho uma idéia decente...uma frase de efeito. Nada...

Apenas o vazio me persegue. O vazio da minha vida. O vazio da minha alma...

19 maio, 2009

Em paz?

Eu decidi ficar e nem ao menos me sinto confortável com isso.

Talvez eu tenha deixado escapar a chance que tinha de ser o que sempre quis. De fazer o que sempre tive vontade.

Talvez as coisas funcionem ao contrário, para que no futuro eu possa dar mais valor. Mas neste momento eu só queria um novo começo. Um novo nome, um novo país, uma nova vida.

Talvez lá na frente eu entenda pq as coisas são assim e pq eu fiz essa escolha. Mas, por agora, me parece a coisa mais banal e estapafúrdia.

07 maio, 2009

Momento me sentindo desnecessária do mundo ataca novamente.

Faço votos de que vou ganhar 15 mil reais. Cinco eu torro em roupa.

Juro!

05 maio, 2009

Da série Profissões estapafúrdias...

Eu gostaria de ser cafetina!

Dinheiro garantido sempre! Mesmo em épocas de crise.

Ainda abro o meu bordel!

30 abril, 2009

Profissões estapafúrdias que alguns de nós gostaria de seguir, parte I

Gostaria de ser uma guerreira de Esparta.

Da fofa Juju...ou seria Espartacus? :)

28 abril, 2009

É trágico...

Qdo vc percebe que sua vida social está reduzida a pó ao preferir ficar com seu sobrinho do que sair do seu casulo...

tá foda. Campanha Preciso de férias jám!

23 abril, 2009

Nadando em passagens aéreas

E falando sobre a farra das passagens aéreas...

Estava eu a tomar meu café da manhã em casa, horário que aproveito para assistir um pedaço do jornal Bom dia Brasil. Eis que então começa uma reportagem sobre o fim dessa farra, sendo que agora as passagens serão concedidas apenas a senadores e deputados e, salvo exceções bem justificadas, aos assessores. Até ai, acho que isso era o mínimo. O que deveria ter sido feito desde o começo.

Não me recordo nomes, mas talvez você possa encontrá-los no site do Bom dia Brasil. Enfim, um senador afirma and I quote: “Daqui a pouco passaremos a ganhar vale-transporte”. Prazer senhor senador cuja magnitude me abismou de tal maneira que seu nome até foi esquecido: eu ando de ônibus todos os dias. E não vejo vergonha nenhuma nisso. Muito pelo contrário. Eu economizo pacas e ainda faço um bem pro planeta em que vivo. Mas o favor maior é pro meu bolso, já que eu não tenho que pagar absurdos R$ 1,65 pelo litro do álcool, num país auto-suficiente (ixi, como é que ficou com a revisão ortográfica?) em cana! E conseqüentemente (eu adoro trema. Não ligo pra reforma) em álcool. Mas também este não é o ponto maior da minha discussão de hoje. Se o senhor acha brega, feio, pobre ou qq outra coisa andar de ônibus, bom, sinto mto. Que espírito elevado o do senhor, não?

O que eu realmente quero dizer aqui é que, logo depois dessa tão iluminada citação de tão nobre representante da República outro grande e nobre representante, desta vez, se não me engano do partido PSB ou qq coisa do gênero diz, tão entristecido e dolorido de que vai faltar quórum!!! Entendeu? Geral vai deixar de participar das sessões. Só que vc não entendeu o pq isso aconteceria, certo? Bom, como ele brilhantemente explicou, existe o aniversário da mulher, do filho, da vizinha, do periquito, do papagaio, do cachorro, do porquinho da índia, do tatu bola que mora embaixo do fogão, do coelho do primo, do tio, do irmão, do cunhado, do sogro, na nora da tia-avó. E, por conta deste absurdo que é o fim das passagens aéreas para familiares, como, COMO SENHOR EU ME PERGUNTO, pode ele, TAO nobre representante dos panacas trabalhadores, pode faltar com suas responsabilidades particulares? Como? Como pode ele faltar do aniversário do cachorro do vizinho da rua de baixo para participar de algo tão banal e ignóbil como uma sessão parlamentar? Eu realmente me pergunto. Pq esse homem é exemplo. Pq ele se sacrifica pelo bem da família. Eqto eu, imbecil trabalhadora, não volto para minha cidade natal no aniversário da minha mãe. Pq eu tenho que trabalhar. Pq eu preciso fazer valer o que eu ganho no final do mês. Pq afinal de contas, eu preciso pagar a passagem aérea da mulher de tão nobre senhor, para que ele vá a uma sessão parlamentar!

Nobre deputado gostaria de lhe dizer que um dia pretendo fazer carreira na política. Para que eu possa, como o senhor, cumprir honrosamente meus compromissos particulares em detrimento dos meus compromissos com a sociedade! Alias, o povão neh? Pq sociedade pro senhor deve ser outra coisa...



***P.S.: Bom, aqui vão os nomes do senador e do deputado. O Senador é o senhor Epitácio Cafeteira do PTB-MA. O deputado é o senhor Ricardo Barros do PP-PR.
***P.S2.:Hoje, 24/04, assistindo novamente ao BDB, descobri que senadores sim cumprirão a nova medida. Deputados irão votar na próxima semana o destino de seus familiares e suas passagens aéreas! Ainda não se sabe se o voto será aberto ou não. Sabe-se apenas que o baixo clero se aproveitará e muito dessa votação. Parabéns aos nossos parlamentares. Política é carreira a ser seguida no Brasil!

02 abril, 2009

A menina

A menina acorda ouvindo risadas. Risadas gostosas, baixinhas. Ao abrir os olhos, não vê ninguém. O quarto está vazio, do mesmo jeito de quando ela se deitou na noite passada. O celular ao lado dela está desligado. A janela está fechada. Não há ninguém por ali. Nunca houve.

Ela sai da cama e vai para o chuveiro. Uma onda de desespero passa por ela. O coração aperta e a angustia rasga sua pele. Mas ela não tem idéia do que está acontecendo. Do que vai acontecer. Nem se algo aconteceu. Ela só sente a dor da navalha destruindo seu corpo. Recorda tudo o que aconteceu no dia anterior. Nada de anormal, nada fora da rotina. Tudo está na mais perfeita ordem.

Durante o dia ela esquece a sensação. Concentra no trabalho suas forças e esquece que é humana por algumas horas. Quando o expediente termina, acende um cigarro e a sensação volta. Suas pernas parecem não agüentar o peso que se instalou em suas costas. Ali instalado sem permissão ou aviso prévio. Volta para casa com a impressão de que vai começar a sangrar no meio da rua, por todos os seus poros. Que sua vida vai se esvair sem nem ao menos ter conhecimento do motivo.

A menina dorme. O sono é agitado. Sonhos estranhos, conversas bizarras, situações já vividas com toques de tortura. Acorda angustiada. Com dores. Os olhos teimam em se encher de lágrimas. Mas a menina ainda não sabe o motivo de seu desespero. Ela só o sente pulsar em suas veias e não tem forças para tirá-lo dali. O dia começa como qualquer outro. Mas a menina não consegue ser a mesma. Ela só consegue ser o espectro de sua dor. Uma dor invisível. Desconhecida. A dor de uma angustia que teima em não passar e não se revelar.

01 abril, 2009

A definição...

frases idiotas sendo lançadas apenas pra preencher vazios que na verdade nem estao ali...mas que sabe-se pq incomoda as pessoas menos afortunadas de conforto e intimidade com o silencio

31 março, 2009

E o mundo ruiu em meu mal estar

Eu tenho sentido um mal estar com o mundo que se recusa a passar. Já fiz de tudo. Já pensei em tudo. Mas nada parece ser capaz de me deixar menos irritada e frustrada com as coisas ao meu redor. Talvez eu tenha de fato perdido a fé no mundo. Talvez não no mundo propriamente dito...mas naqueles auto proclamados seres pensantes que dominam a superfície terrestre.

Como futura jornalista, passo os momentos que posso lendo os jornais, revistas e inúmeros blogs que tenho acesso. E de uns tempos pra cá, pedofilia é a pauta em todos. Pais abusando de filhas, empresários de sucesso em redes imensas de prostituição infantil, padres iluminados que excomungam crianças estupradas (e eu tenho certeza de que o estuprador foi perdoado, afinal, a culpa foi da criança. Com certeza ela que fez todo o charme, neh seu padre? Assim como os garotinhos abusados pelos clérigos pelo mundo. A culpa é das crianças!) e uma infinidade de barbaridades. Começaram a pipocar devagar e de repente, as páginas estavam tomadas de notícias como essas. Como uma epidemia. Uma praga que se recusa a ser exterminada. E que não sabemos como começa. Quando vai aparecer. Quem vai ser monstro. Se o seu filho será a vítima.

Mas também me vi cercada de notícias sobre a cantora Rihanna e seu arrebentado rosto após um espancamento cometido pelo namorado. De dezenove anos! Por conta de uma mensagem de celular. Que muito provavelmente deveria contar algo cabeludo, para ela ter jogado a chave no meio fio, ter ligado pra assistente e fingido pedir pela polícia... Enfim. Não me cabe aqui julgar o pq eles brigaram, nem se de fato ele traiu ou deixou de trair. Isso é entre eles. O que me assusta é um menino de 19 anos, provavelmente com síndrome de Peter Pan (infância sofrida, mta grana na mão de repente...e a vontade de permanecer criança e intocável para o resto da vida) se achar no direito de descer a mão na namorada, fugir (!!!!), enviar uma nota aberta ao público que diz nada com coisa alguma e as fãs ainda apoiarem ele. Sim, apóiam. E ainda dizem que a culpada é a cantora, que ela deve ter feito algo que merecia tal punição. Novamente, não me cabe aqui julgar quem errou ou deixou de errar. Mas desde quando bater é a solução? Desde quando morder, bater com a cabeça da pessoa na janela, dar chave de braço, chutes e afins é a maneira de resolver qualquer coisa? Desde quando todas essas agressões foram feitas pra ensinar a mulher que o homem manda? E como é que chegamos ao ponto de meninas de 15 anos acharem que este tipo de comportamento é normal? Que aceitariam ser espancadas pelos maridos se isso lhes ensinasse algo? COMO ASSIM?

Não tenho mais vontade de acreditar numa melhora das pessoas. De um engrandecimento. Da continuidade da evolução como disse Darwin. Como é que podemos evoluir se os princípios básicos há muito foram perdidos? Como a humanidade pode crescer com essa obsessão pelas celebridades? Pelo endeusamento de moleques irresponsáveis e violentos? De estupros cometidos por pais contra os próprios filhos? Mantendo-os presos, ameaçando-os, subjugando?

Eu sinto que o mundo não vai mudar. E o meu mal estar não passará. Nem mesmo quando eu morrer e deixar pra trás toda essa sujeira em que as pessoas se afundaram e se afundam.

20 março, 2009

O motivo

Deve haver, em algum lugar, algum motivo para crescermos. Para perdermos a inocência e mergulhar num mar quase nunca de rosas. Um motivo realmente muito bom para perdermos o significado de uma borboleta ou simplesmente de uma nuvem no céu.

Deve haver também um motivo pelo qual somos congratulados por nos casar, ter filhos, ser alguém importante, fazer algo. Um motivo pelo qual o não casar, o não ter filhos, o ser alguém ordinário e fazer coisas ordinárias sejam passivas de pena, comiseração ou riso.

Posso supor que haja um motivo pra amar. Desejar alguém acima de qualquer coisa e muitas vezes fazer disso nossa meta. Um motivo que explique pq o mundo ao seu redor acha que vc é “desse jeito” pq não tem alguém pra chamar de seu.

Suponho também que haja um motivo para sentirmos dor. Que explique com clareza a insustentável leveza da dor. Qualquer dor seja ela física ou emocional. Dor é sempre dor. Deve haver um motivo para que isso nos leve a chorar. A ficar angustiado. A produzir radicais livres, a nos sentir impotentes. Um motivo que nos mostra pq sentir dor é o único meio de nos sentirmos vivos. Acordados.


Texto que escrevi em 2006.

13 março, 2009

Fazendo a Maysa

A cantora...não aquela coisa assustadora que chamam de Shirley Temple brasileira.

To em paz nos últimos dias. Portanto, estou sofrendo de um bloqueio. Não consigo escrever. Nem que disso dependa a minha vida.

06 março, 2009

Chove nos dias de verão

e chove novamente.

a água escoa pelo ralo.

leva junto meu bom humor.



cansei de encarar a chuva sozinha.

05 março, 2009

Teaching Suellen again

Você só pode rir dos outros quando aprende a rir de si mesmo!


e eu vou arder no inferno. Espero que seja por andar, como já explicou Dante...

26 fevereiro, 2009

O vazio do meu vazio

Essa noite foi uma das piores noites da minha vida. Simplesmente não consegui dormir. Bem que tentei, mas nada adiantou. E não é que fiquei acordada pq estava pensando, elétrica e acesa demais para dormir. Muito pelo contrário. Era apenas um vazio dentro da minha cabeça. Um vazio que não me deixava dormir.

Eu já pensei tanto, tantas vezes, sobre todas as coisas que simplesmente não há mais nada para pensar. Não há mais nada para discutir, tentar achar o ponto crucial ou simplesmente tentar entender o ponto de vista dos outros. Já fiz isso. Inúmeras vezes. E agora só me sobrou o vazio. As respostas que já consegui e que não saem disso. Um círculo vicioso em meus pensamentos. Nada mais eu consigo encontrar.

Não consigo nem mais conversar. Esgotei meus argumentos. Esgotei minha vontade. Não tenho mais nada em mim que me faça querer levantar e lutar.

Só quero que todos me deixem em paz. Por um dia que seja. Vão dar o cu pra quem tem tempo. Só me deixem aqui. Pra que eu possa tentar encontrar a vontade de novo.

20 fevereiro, 2009

O maldito comercial de margarina

Se um livro eu fosse, duas páginas eu teria. Não gastaria tempo explicando, contando, esmiuçando. Diria apenas o que eu sou de verdade: estranha, complexa, travesti, mal humorada e irritadiça. Acho até que duas páginas são mais que o necessário.

Sem maiores explicações, sem discursos prolongados e monótonos. Sem perda de tempo nem de saliva. Sem tem que dar voltas e voltas e ninguém conseguir acompanhar meu raciocínio, achando que eu não chego a lugar algum, sendo que faz todo o sentindo do mundo. Sem conversas intermináveis sobre o mesmo assunto ou falta de. Sem ter que dar murro em ponta de faca até não ter mais mão.

Não ter mais que suplicar que me deixem viver do jeito que sei. Não ter mais que colocar uma máscara pq as pessoas acham que quem não sorri o tempo inteiro não é normal, não é feliz. Que vc deve sim ter nascido em comercial de margarina. Estar cansado, triste, puto, desapontado, frustrado, deprimido é para quem é clinicamente doente. Todos os outros devem sorrir todos os dias, o dia todo.

Finalmente poder parar de explicar que viver em sociedade não significa ter 300 amigos íntimos e estar sempre acompanhada de alguém. Quem foi que disse que passar algum tempo sozinho é errado, sinal de falta de habilidade, de sociabilidade, de amizades verdadeiras, de mau humor, raiva ou depressão? Pq esse alguém é quem tem problemas. Ninguém consegue ser feliz se não tiver um momento pra si. De introspecção. De pensar, debater, chorar, rir, comer, assistir TV de péssima qualidade, dar uma volta do bairro, sentar num café com um jornal.

Eu quero dizer pros super otimistas daí de fora que na verdade eu acho que vcs tem um problema. Vcs não conhecem a dor. E, portanto, quando ela vier, vai ser um golpe que talvez seja impossível de agüentar. Que reprimir problemas ou sentimentos ruins ou até mesmo aqueles momentos em que você anseia por um tempo sozinho só vai fazer mal pra você. E que aqueles que gostam de ficar sozinhos e tem poucos amigos são aqueles que são mais satisfeitos e felizes. Pq vcs até podem dizer que tenho poucos amigos, que pareço amargurada ou o diabo. Mas eu tenho amigos, apoio. Amigos de décadas. Amigos que vejo toda semana para um merecido chope. E vc?

13 fevereiro, 2009

Uma taça quebrada em mil pedaços

A vida inteira eu procurei por uma única aprovação. Por um único tapinha nas costas seguido de um: parabéns! Apenas um. Aprendi nova que eu não deveria me importar com o que os outros pensam ou falam de mim. Por um tempo isso claramente me machucou. Depois, aprendi que eu devo me importar com o que eu penso de mim mesma e não com os outros. Mas existe uma única pessoa que eu não consegui deixar de me importar.

Lembro de uma vez em que essa pessoa precisou se ausentar durante uns dias. Eu devia ter uns 10 anos na época. E lembro de chorar para meu pai, dizendo que toda vez que essa pessoa se ausentava, era como se meu coração partisse em mil pedaços, como uma taça de vinho. E que era difícil colar tudo de novo. E por muito tempo foi assim. Até que virei aborrecente. Então, quis colocar um piercing, quis começar a sair, quis aprender a fumar. E lá fui eu. Coloquei meu piercing, saía, fingia que fumava. Mas existia sempre alguma coisa que me deixava pra trás. Amuada, aturdida, quieta. Eu não conseguia ser diferente. Quando se mora com sua família é absolutamente impossível ter um momento de privacidade e curtir sua dor. Por isso, eu só empurrava mais pra dentro. Tive brigas. Muitas delas. Arrumei um namorado, quase entrei em coma alcoólico, fiquei de castigo. Passei no vestibular, me mudei para São Paulo.

Então, a convivência passou a ser melhor. Mas eu ainda não tinha feito o certo. Não havia passado numa faculdade federal. Foi então que no primeiro ano da minha primeira faculdade eu arrumei um emprego. Assim, ninguém teria que se sacrificar pra me sustentar. Logo depois veio o segundo emprego. Pagava mais. Já dava pra fazer muita coisa sozinha. Mas ainda não era o suficiente. E então minha irmã do meio resolveu largar a faculdade de fisioterapia no ultimo ano e fazer direito. Pois bem. E eu me descobri cansada de R.I.. Que não era aquilo que eu queria pra minha vida...apesar de já estar afogada no mundo do comex.

Não tive coragem de contar que queria mudar de curso. Como é que eu poderia fazer isso? Lutando internamente, o vitiligo voltou. E minha irmã mais velha contou a verdade. Então, depois de ouvir que não acreditavam que eu pudesse fazer isso Tb, fiquei um ano sem estudar. Arrumei um terceiro emprego, ainda melhor. Quando decidi voltar para a faculdade, assumi a responsabilidade de pagar a faculdade sozinha. Mais o condomínio, condição mínima para que minha irmã e eu nos mudássemos para o apartamento.

Hoje eu dia eu assumi todas as minhas contas. Assumi tomar conta da minha vida. Mas eu sou infeliz, frustrada. Eu detesto meu trabalho. Tenho horror a acordar todos os dias e saber o que me espera. Uma coisa que não tenho tesão nenhum em fazer. Sou infeliz pelo fato de que estou presa dentro da minha própria cabeça e não consigo mais escrever. Mas eu preciso agüentar meu trabalho para terminar a faculdade, pois essa é a condição mínima. Queria conhecer o mundo, mas tenho medo de pedir dinheiro emprestado. Queria largar tudo e me dedicar a algo que realmente goste.

Mas eu não posso fazer isso agora. Eu não posso deixar minha mãe decepcionada. Eu preciso terminar a faculdade. Eu preciso ser capaz de comprar minha própria casa, meu carro e não deixar ela preocupada. Eu preciso estar aqui, caso ela precise. Eu preciso trabalhar e conseguir ajudar minha irmã, para que ela não tenha que pedir mais pra minha mãe e ter que ouvir o que ela não gostaria.
Eu ainda procuro a aprovação da minha mãe. Eu só não sei mais qual. Nem por que.

09 fevereiro, 2009

Cabe apenas a mim.

Av. dos Bandeirantes, Imigrantes, Rio-Santos. Por volta das 21 horas de sexta feira, 06/02. Quase um maço de mallboro light, uma garrafa d’água, um pacote de fandangos, ipod e uma noite belíssima. Uma lua que parecia irreal, cinematográfica, fora dos padrões. Fazia da noite um quase amanhecer. E lá fomos nós, para nosso final de semana na praia.

O sol estava fritante. O céu azul, sem nenhuma nuvem por perto. O mar de um azul esverdeado imbatível. As pessoas sorrindo, bebendo, comendo. As crianças brincando. Alguns fritavam no sol. Outros, assim como eu, se escondiam embaixo do guarda-sol. Mas a praia não estava lotada. Alegrias de uma praia mais privativa.

Bia e eu pensamos na vida. No que fizemos até agora. Do que vamos fazer daqui pra frente. Daqueles que passaram pelas nossas vidas. Daqueles que a gente espera passar. Das brigas, das bebedeiras, das idiotices, dos silêncios. De todos os choros, de todo o apoio, de todas as mágoas. De tudo o que passamos juntas em 10 anos.

Fiz resoluções para meu ano. Eu sei que estou presa dentro da minha própria cabeça. Eu sei que eu não consigo sair disso. Que privo a mim mesma de escrever. Mas eu preciso mudar. Preciso parar de me afetar com os comentários da única pessoa que julgo ser importante. Preciso parar de ansiar pela aprovação de uma pessoa que nunca vai me dar. Pelo menos enquanto essa pessoa nunca me aceitar como eu sou.

As decisões foram feitas e a sorte foi lançada. Um final de semana onde limpei minha alma, para começar 2009 bem. Uma maneira de mostrar a mim mesma que basta que eu queira fazer as coisas. Basta que eu decida seguir em frente. Basta que eu ache meu eu.

03 fevereiro, 2009

Personality disorders

E eu me descobri limítrofe. Bem, não só limítrofe como também esquizotípico. A anti-socialidade, a obsessão compulsiva e a ansiedade já eram conhecidas. Mas todos sempre me chamaram de bipolar devido às intensas oscilações de humor. Mas isso se deve à minha personalidade limítrofe!

Comecemos pelo mais leve: o transtorno esquizotípico. Transtorno que se caracteriza por um comportamento excêntrico (bom...nada errado até aqui) e por anomalias do pensamento e do afeto que se assemelham àquelas da esquizofrenia (say what??!!). Os sintomas são afeto frio ou inapropriado (bom, até que tem certa razão), comportamento estranho ou excêntrico (ok, total correto), tendência ao retraimento social (tell me something new), ruminações obsessivas (me senti uma vaca, mas ok, está certo) e mais algumas coisas para terminar dizendo que é um transtorno “borderliner”, latente, pré-psicótica (oi?) e pseudopsicopática.

Resumindo eu sou excêntrica, com problemas de afeto, me isolo do mundo e fico ruminando coisas ruins que nem vaca rumina o pasto. Até ai, até que tudo bem. Devo concordar com tudo. Só não gostei do nome da doença. Esquizotípico parece um esquizofrênico típico. Bem aquela coisa de vizinho sabe? Trágico.

Anyway, ainda sou limítrofe. E vamos ao meu estado “borderliner”. Característica individual que reflete padrões de comportamento enraizados, inflexíveis e de má adaptação, caracterizados por atos impulsivos e imprevisíveis e instabilidade de humor e nas relações pessoais. Bom...eu sou instável mesmo, devo admitir. E também tenho muitos atos impulsivos. Meu humor então, coitado. Tenho explosões que assustam os desavisados. A pessoa com distúrbio da personalidade limítrofe é impulsiva em áreas que têm um potencial para autodestruição. Os relacionamentos com outras pessoas são intensos e instáveis. A pessoa faz esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginário e apresenta instabilidade de humor e raiva sem motivos. Também pode haver incertezas quanto à auto-imagem, objetivos a longo prazo ou escolhas profissionais
Correto novamente!

Enfim, isso ai tudo sou eu. Tentei me autodestruir durante muitos anos, quando era mais nova. Talvez dos 15 até os 19 anos. Daí, fiz uma tatuagem no pulso que mais costumava machucar e prometi nunca mais fazê-lo. Tenho mantido minha promessa desde então. Mas foi a única promessa. Continuo tento relacionamentos intensos e medos absurdos de perder. Entro em estado de completo numbness quando termina, até resolver acordar de novo. Tenho muitas incertezas sobre mim mesma, apesar de que não ligo muito pro que as pessoas falam. Acho desnecessário dar ouvidos. Me sinto totalmente inepta socialmente, sempre achei que não nasci em comercial de margarina pra ficar sorrindo a toa.

Pelo menos agora eu tenho uma boa desculpa para todos os meus mood swings e para minha inabilidade social!

29 janeiro, 2009

Somos apenas caos

Como é possível viver nesse caos e só olhar para o próprio umbigo? Como chegamos ao ponto de nem ao menos olhar pro lado? Olhar para pessoas que precisam de ajuda e simplesmente ignorá-las? Será que a evolução do ser humano era pra isso? Manter um mundo dentro de nossas cabeças e simplesmente ignorar a existência de outros seres humanos?

O coletivo de ser humano é caos. Barulho, desordem, estupidez, grosseria. Buzinas, atropelamentos, xingos, tiros, dor. Só lembramos que o vizinho, o cara que pega ônibus no mesmo horário, o porteiro existem quando alguma tragédia de proporções homéricas nos arrasta para a TV. Encontrando culpados, inocentando suspeitos, linchando suspeitos na rua, choros inaudíveis devido à dor.

Às vezes eu me pergunto até quando jornais, revistas, programas de TV irão lucrar vendendo dor. Fazendo dos dramas de outrem um circo de atrações para os patéticos seres sentados imóveis e incrédulos do outro lado. Levando-os a pré-julgamentos. Sem medo, sem vergonha, sem pudor algum. Apenas se aproveitando da dor alheia para ganhar mais dinheiro. Exibindo até a exaustão imagens tristes, fazendo sensacionalismo barato, fingindo uma preocupação genuína apenas para ver o ibope crescer.

Me deixem sair desse mundo egoísta e patético. Dessa visão vil que trata tragédias pessoais como capítulos de novela. Desse sentimento capitalista de que qualquer coisa é boa o suficiente para ganhar dinheiro, mesmo que isso envolva uma criança arrastada ou uma adolescente com um tiro no peito. Me tirem dessa realidade excruciante onde as pessoas sentem prazer na dor de seu semelhante.

22 janeiro, 2009

Uma São Paulo pra chamar de minha

As férias estão acabando. Lentamente o trânsito começa a parar. Começa a dar sinais de que vai voltar sua velha e conhecida rotina. Ao longe, você já consegue ouvir as buzinas. O clima fica pesado, os motoristas começam a bufar, xingar. Lentamente voltamos a nos fechar no mundo dos fones de ouvido, livros, rádios altos e estress de todos os dias. E a cidade fica triste de novo.

O gostoso das férias é que finalmente tenho a chance de ter São Paulo pra mim. Posso ouvir o silêncio em casa (com ocasionais alarmes disparados em alguma rua da vizinhança), posso sair com apenas 20 minutos de antecedência. Posso olhar ao redor. Posso ir ao cinema e dividir um filme com apenas três ou quatro pessoas. Posso andar devagar, sem pressa. É como se nas férias até o tempo andasse mais devagar, só pra você poder aproveitar cada minuto.

São Paulo é linda. Gigantesca. E não tenho tempo de explorá-la. Trabalho, faculdade, cursos. Visitar meus pais nos finais de semana. Tudo me afasta. Nada me permite conhecer a cidade que adotei. E isso aconteceu há seis anos.

Dia desses estava vindo trabalhar. Sem prestar muita atenção no caminho. Até que algo me chamou a atenção. A falta de trânsito. E então eu pude ver edifícios lindos, que infelizmente estão degradados, simplesmente pq eu não tinha tempo. Eu não olhava pq estava sempre com pressa, sempre atrasada por conta do trânsito. E eu acordei.

Finalmente vou explorar minha cidade. Cada final de semana que ficar aqui farei um programa que nunca tenha feito. Conhecerei restaurantes novos. Bares novos. Pessoas novas. Paulistanos ou adotados como eu que não podem sair de São Paulo na sua melhor fase do ano. Na sua fase mais bonita do ano.

Daqui a alguns dias completarei 365 dias. O que eu vou fazer então?

14 janeiro, 2009

Nos dias quentes de verão...

Pode ser que eu seja estranha demais. Pelo menos com essa desculpa eu consigo entender 80% das coisas que me acontecem. Mais uma vez entrei em stand by. Pelo simples fato de que eu não tenho mais força e/ou vontade de lutar. São sempre os mesmos pensamentos, sentimentos, mood swings. Dae que eu cansei de sentir tudo isso, pela enésima vez.

Novamente chove em São Paulo depois de alguns dias quentes de verão. Voltamos ao estado de hibernação de que estamos tão comumente acostumados. Nada como a chuva pra trazer os sentimentos de todos os dias. Pq eqto o sol brilha com toda a força, uma onda de felicidade, bom humor, pensamentos positivos e sorrisos invade o corpo de todas as pessoas. Os dias passam rápido, leves e felizes. E então, a chuva volta. E o seu verdadeiro eu volta junto. E se vc for fraco como eu, coloca a si mesmo em estado de stand by, pq é realmente difícil encarar tudo outra vez.

Ontem tive dificuldades para dormir. De novo. Não por conta do calor ou da incrível chuva. Estava ouvindo Eye on Fire no IPOD e percebi que está tudo errado. Absolutamente tudo. Mas como fazer as coisas mudarem? O que eh que eu preciso mudar? Eu não tenho mais quinze anos. Faz tempo até... Mas mesmo assim, levada pelo brilho do sol, eu me deixei ter uma atitude de quinze anos. Por dez minutos eu me senti bem. Pode ser que até por um pouco mais de tempo... já que tive um rush de adrenalina a caminho do local... Então, eu encontrei o que queria e descobri que eu não posso ter. E então eu me vi de novo às voltas com sentimentos que não apareciam há muitos anos.

Por conta disso, acordei em stand by. Até conseguir descobrir o que eh que está errado e como é que vou mudar. Já vi e revi tudo e não encontro. Claramente que está bem debaixo do meu nariz, mas eu não consigo enxergar. Eu tento, mas deve ser tão óbvio que eu não consigo encontrar. Já pensei que talvez minhas atitudes estejam erradas, mas não consigo assumir um jeito diferente. Já tentei fazer as coisas diferentes, mas ai elas não ficam parecidas comigo.

Se alguém ai tiver a resposta, favor informar...

08 janeiro, 2009

Como 2009 começou!

Eu não fiz a Amy no ano novo. Não pude. Antes do show da Madonna quebrei duas costelas. Mas só descobri 11 dias depois. Você deve estar se perguntando: como pôde demorar tanto? Simples, não doía tanto assim.

Ouvi histórias e mais histórias: fulano quebrou a costela e urrava de dor. Cicrano quebrou a costela e quase morreu. Gente, na boa? Não é o fim do mundo. A não ser que sua costela quebrada perfure seu pulmão, sua vida continua. Sem nenhum problema. Ok que eu cai, senti um pouco de dor...mas não pensei realmente que algo grave havia acontecido. Tanto que fui pro show, pulei que nem louca, dancei até não ter mais pernas. Admito! Admito também que desci nove andares de escada (pq minha adorável vizinha da cobertura resolveu escoar a água de seu apartamento para o corredor...quebrando assim os dois elevadores!!), com uma mochila de aproximadamente 8 quilos nas costas...e peguei metrô lotado no dia 23 até a rodoviária do Tietê...ônibus até poços...dai volta pra sp...dai volta pra poços. E eis que dia 30 (na verdade, madrugada do dia 31) eu chego em poços quase sem respirar.

Papai me leva pro hospital e lá estão. Duas costelas quebradas! Tomo duas injeções, me interno na chácara e começo meu tratamento a base de codeína. Ou seja, sem álcool por um tempo. Sheisse. Fiquei deitada e sentada o tempo todo. Não pude pegar meus sobrinhos no colo... Não pude ajudar minha mãe. Nadinha. Li trocentos livros pra ajudar a passar o tempo.

Agora, estou no trabalho. Continuo com a codeína. E sento com uma almofada pra ficar mais confortável...na verdade, estou com ela embaixo do braço..com a costela apoiada..dói menos, apesar de quase não respirar.

Uma merda. Quebrar qualquer osso é uma porcaria. Ainda mais do jeito que eu quebrei. E descobrir como eu descobri. Mas sério, não é o final do mundo. É até divertido. As pessoas fazem tudo por você. Acho super adorável. E como não posso carregar peso, tem sempre um pra levar minha bolsa, carregar sacolas! Heh. E tenho carona pra tudo quanto é lado.

Na verdade, acho que vou quebrar mais costelas assim que essas sararem! :)

06 janeiro, 2009

Sou sempre preguiçosa...

Tá! Admito. Deveria ter postado isso há duas semanas.

Mas, se vc pensar, eu quebrei DUAS costelas antes do show da Madonna (na madrugada do dia 21) E só descobri dia 31. Sem contar que fui e voltei pra Minas no Natal e Ano Novo. Caos total. Mas estou aqui para me redimir e postar o que eu escrevi pro jornal. Divirtam-se com meu relato pós show.

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Menos de 24 horas depois do último show da turnê da diva máxima do pop, eu ainda estou um pouco passada. Minhas pernas não são mais sentidas há um tempo e eu não consigo me concentrar. Acho que me levaram pra igreja e me enfiaram dentro do sino.

Camarote VIP do Bradesco, portão 5, estádio do Morumbi. Saí de casa um pouco cedo demais, mas o medo do trânsito e a chuva insana que caia me fizeram ir mais cedo. Chego lá às 18 horas. O show está marcado para as 20 horas. Mas todos sabem que a diva só entrará as 22. Ela pode.
O camarote é puro glamour. Mas o lugar. As pessoas...bom, essas poderiam ter ficado em casa mesmo. Não sabia se estava indo para um baile de carnaval, uma festa dos anos 80 ou num show do Calypso e Falcão. Dinheiro nem sempre é tudo nesta vida. Camarote caríssimo, com pessoas mal educados, fazendo a linha blasé, emporcalhando o chão e dando muito trabalho para o staff da limpeza antes mesmo da Titia Madge começar a cantar. Pessoas que se dizem elegantes fazendo marmitinhas de chips e pãezinhos em copos de plástico e derrubando tudo no chão. Fina!

Realmente estavam ali 70 mil pessoas. Morumbi lotado. No fim das contas, apesar de ser um anão de jardim, talvez ficar no meio do povão não fosse tão ruim. Só dava eu dançando, pulando e cantando. Os finos do camarote agem de uma maneira blasé. Todos sentados fazendo a pheena. Me senti no Japão. Ninguém nem ao menos batia palmas quando ela terminava de cantar. Mas eis que eu descobri porque. Ninguém ali sabia cantar NENHUMA musica dos últimos álbuns da Diva! A não ser eu e mais duas moças, também dancantes comigo. Quando titia Madge começou a cantar as antiguidades (like a virgin e afins) ai o povo blasé deixou de sê-lo e passou a dançar e cantar. E então os pseudo-qualquer-coisa-de-status-que-o-valha se animou.

O show tecnicamente é perfeito. Muitos efeitos, vários vídeos, muita dança e o áudio impecável. Ela iniciou o show com um playback de Candy Shop, mas se redimiu na segunda musica até o fim ao vivo. Interagiu loucamente com o público brasileiro que quase ovulou de tanto gritar. Madonna pedia barulho e os fãs quase colocavam o Morumbi abaixo com palmas e gritos. O final, uma bela homenagem ao Brasil. Os dançarinos entraram sem camisa, com a bandeira do Brasil enrolada na cintura.
Mas, então, o show acaba. E volto para a realidade de São Paulo. Mal ela sai do palco e corro loucamente para fora do estádio. Procuro um táxi. Todos reservados. 70 mil pessoas e apenas 3 mil taxistas cadastrados. Catástrofe não faz jus ao que aconteceu. Entro no táxi. Meia hora pra sair do Morumbi. Cheguei em casa uma da manhã. E tenho a leve impressão de que passaram com um rolo compressor por cima de mim!