26 junho, 2009

Como não homenagear Michael Jackson ou Resposta ao Sr. Paulo Ricardo

Ontem, 25/06, mal o mundo perdeu Farrah Fawcett, teve também que se despedir de Michael Jackson. Ídolo pop e rei em todos os sentidos. Desde Jackson 5 até o dia de sua morte foi aclamado e venerado pelo mundo, que se rendeu aos seus sucessos como Thriller e Billy Jean. E isso aconteceu no século passado...
E eis que então, aos 50 anos, ele diz adeus ao mundo cruel. Deixa três filhos, uma dívida absurda e um legado inestimável. Belíssimo lembrar que um dia ele gravou um videoclipe no Morro de Dona Marta no Rio, em meio a barracos de madeira e traficantes. É hora de dizer adeus; prestar as últimas homenagens ao cantor e compositor mais inteligente e perfeccionista que o mundo pode conhecer. Está certo que depois de Thriller a coisa desandou, mas MJ nunca perdeu seu posto. Quem pode ter o luxo de dizer que é o responsável pelo disco mais vendido em todo o mundo até hoje?
Pois eis que no dia seguinte à sua morte, após acompanhar por três horas a CNN ontem, leio hoje na Folha de São Paulo um texto “especial” escrito pelo cantor Paulo Ricardo, que um dia foi famoso devido ao grupo RPM. Tentando não levar para o lado pessoal a analogia sobre a perda de sua cor (devido a uma doença de pele não contagiosa que também tenho há 20 anos) com a perda de seu talento, esse foi, com toda a certeza, o pior especial que li em toda a minha vida.
Dizer que MJ agora está em “alguma cidade fantasma imaginária conversando com Elvis e Hitler” foi de extremo mau gosto. Compará-lo a um ex-ditador que pregava uma supremacia branca e limpeza do mundo com o extermínio de judeus foi no mínimo falta de respeito. Não só para com MJ, mas com o mundo inteiro – fãs e não fãs do cantor.
Que teve uma vida conturbada, cheia de bizarrices, cujas plásticas para afinar o nariz, o queixo, as maçãs do rosto, agravadas por uma doença de falta de melanina na pele não justifica compará-lo a Hitler. Ninguém nunca viu ou noticiou MJ fazendo algo racista ou contra algum povo e/ou raça. Pesquisar não custa, Paulo Ricardo. Se tivesse dito que estava com Elvis e Ray Charles, as pessoas entenderiam. Astros da música que hoje estão juntos e que um dia iluminaram nossa vida aqui na Terra...
“O que se seguiu foi um festival de delírios totalitários fascistas, trajes reais, salpicados de cristais Swarowski, e muita, muita bizarrice enquanto Michael tentava se metamorfosear em Elizabeth Taylor. Tudo isso servido com uma suave redução de pedofilia light”, diz, tão iluminadamente este cantor brasileiro. Delírios totalitários fascistas. Vamos dar um Google nisso: fascismo significa uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália nos idos anos de 1919 e seu governo que durou até 1945 (final da segunda guerra mundial...alguma recordação?). Derivado da palavra fasce, o fascismo é uma corrente prática da política que ocorreu na Itália opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias. Os fascistas também eram conhecidos como camisas negras. “A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta os homens e usa modernas técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e por vezes na xenofobia (nacionalismo étnico), privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando certa apatia ou indiferença para com os imigrantes. (copiado bonito do Wikipédia). Dai que eu me pergunto: NAONDE, MJ era totalitário fascista? “O líder fascista foi em regra um ator exagerado, procurando seduzir as massas populares para o seu papel messiânico” (chupinhado tb do Wikipédia). Ator exagerado? Sim, com certeza. Papel messiânico? Me pergunto... Falta pesquisar meu povo, antes de falar borracha. E depois o Gilmar Mendes diz que não precisa de diploma para exercer o jornalismo...
Qual o problema dos cristais Swarowski? Sério, qual a relevância se são cristais verdadeiros ou strass da 25 de Março? Se metamorfasear em Liz Taylor? Jesoos. E, pelamor, alguém defina pedofilia light! Eu nunca vi pedofilia light. Se ele é culpado ou nao, eu não sei. Nunca o acusei e todas as histórias sempre tinham um quê de estranhisse. Mas pedofilia light foi o cúmulo.
Sinceramente? Foi a maior falta de respeito pública que eu já vi alguém prestar e um jornal tão bem conceituado publicar! Eu não sei se dou risada, se tenho pena ou se finjo que nunca me deparei com tamanha atrocidade. Se você nao tem algo melhor a falar, o silêncio vale ouro. Querer dizer que ele foi brilhante e infelizmente se perdeu durante os percalços da vida é absolutamente válido. Mas, a partir do momento em que você começa a fazer comparações absurdas, desnecessárias e burras, o melhor a fazer é dizer que prefere sofrer em silêncio do que fazer as pessoas sofrerem com as atrocidades escritas.

16 junho, 2009

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Estou sofrendo de um bloqueio aparentemente interminável. Há um mês não passo por aqui. Há um mês não tenho uma idéia decente...uma frase de efeito. Nada...

Apenas o vazio me persegue. O vazio da minha vida. O vazio da minha alma...