30 junho, 2008

Eu nunca fui outra a não ser eu

Depois de um alcoolismo foda no final de semana, mergulhei numa reflexão profunda sobre minha existência. E descobri que estou cansada de ser quem eu sou.
Eu sei que sempre fui meio moleque, desencanada, faladora assídua de palavrões e bordões imbecis, bêbada assumida. Mas cansei. Simplesmente eu percebi que não quero ser quem eu sou...mas, se eu não for assim, vou ser o que?
Cansei de dar trabalho para os outros e para mim mesma. Cansei de ser a porra loca, a animadora de festa, a piadista. Cansei de ser a péssima amiga, a filha que não responde às expectativas, a aluna mediana. Eu simplesmente não estou satisfeita comigo mesma e não quero mais isso.
Mas é ai que mora o problema. Já tentei ser diferente. De verdade. Já tentei ser mais responsável no trabalho e faculdade, já tentei ser uma filha mais presente e mais séria, já tentei ser uma amiga melhor. Já tentei ser mais alegre e menos rabugenta. Já até fiz a Poliana vááááárias vezes. Mas de nada me adiantou.
Eu continuo fazendo exatamente tudo igual. E tentar e morrer na praia é extremamente decepcionante. Pq daí você simplesmente não tem mais vontade alguma de lutar, afinal, você já sabe onde isso vai dar!
E então eu pensei o final de semana inteiro...claro que ressaca moral ajuda a afogar ainda mais.
Mas é aquela coisa: não é que eu tenha vergonha de ser quem eu sou! Muito pelo contrário. Sejam coisas boas ou ruins, se foram de fato feitas por mim, com orgulho ou dor irei assumi-las! Sem dó. Até pq, fingir que não fiz alguma coisa só pra não ficar me sentindo um ser de outro planeta perto de outras pessoas não está nos meus planos. Definitivamente! Se eu fiz, fiz e ponto, acabou. Já era. Não vai adiantar chorar o leite derramado. Se foi feito, paciência. O negócio é bater no peito e assumir.
O problema é que cansa. E muito. Cansam as brincadeiras, cansa o dia seguinte, cansa o choro, cansa a dor. Cansa se decepcionar e mais ainda decepcionar aqueles que me amam. Não me importo com qualquer um, mas aqueles que amo contam muito pra mim e é difícil ver que eles estão tristes por minha causa.
Não sei se vou tentar mudar ( de novo). Não sei se vou tentar ser diferente. Só sei que por enquanto estou em stand by. Não sou nem eu, nem outra. Sou neutra. Sou a Suíça até segunda ordem!

16 junho, 2008

O que eu perdi

E finalmente o dia 12 foi embora. Levou consigo seus corações vermelhos, suas promoções e seus casais apaixonados. O trânsito atípico e as filas gigantescas nas portas dos restaurantes. Levou também minha típica irritação com esta data.
Acho que já é de conhecimento de todos que me conhecem a minha rabugice. Sou chata, reclamona e ranzinza...Mas essa sou eu! Adoro meus amigos, mas a falação e o burburinho do dia dos namorados só servem para dizer que os solteiros são miseráveis e sem condições de arrumar alguém. Por mais convicto que você seja da escolha que fez de ficar sozinho, no final das contas é assim que muitos casais nos vêem. Sozinhos, tristes e miseráveis. Não que eu queira ficar sozinha. Eu super quero um namorado. Eu super queria que meu namoro tivesse dado certo. Mas não deu! Sabe-se lá pq, mas não deu.
Talvez eu esteja fugindo. Talvez eu esteja novamente me fechando, por mais que isso me machuque. Mas dói menos me machucar do que ser machucada. Porque aí vem tudo outro vez. Apesar de ser uma delícia se apaixonar, descobrir a outra pessoa, seus gostos, sua risada, sua cara brava, seus vícios, quando termina, sobram as lágrimas, as lembranças. E então, coisas bobas , que nem havíamos percebido antes, vem à tona e você se pergunta como pôde ter sido tão ingênuo. E eu me tranco em casa. Me isolo. Esqueço que lá fora existe um mundo a ser visto, pessoas a serem conhecidas, piadas a serem contadas, cervejas a serem bebidas...Por mais que eu queira sair, algo me impede, me segura, dizendo que estou salva, sem riscos.
Demoro a esquecer. Preciso entender o que deu errado. O que eu fiz de errado. Mas a resposta nunca vem. E me torno mais rabugenta, mais ranzinza e mais fechada. E não deixo ninguém saber o quanto é gostoso me descobrir.