22 janeiro, 2009

Uma São Paulo pra chamar de minha

As férias estão acabando. Lentamente o trânsito começa a parar. Começa a dar sinais de que vai voltar sua velha e conhecida rotina. Ao longe, você já consegue ouvir as buzinas. O clima fica pesado, os motoristas começam a bufar, xingar. Lentamente voltamos a nos fechar no mundo dos fones de ouvido, livros, rádios altos e estress de todos os dias. E a cidade fica triste de novo.

O gostoso das férias é que finalmente tenho a chance de ter São Paulo pra mim. Posso ouvir o silêncio em casa (com ocasionais alarmes disparados em alguma rua da vizinhança), posso sair com apenas 20 minutos de antecedência. Posso olhar ao redor. Posso ir ao cinema e dividir um filme com apenas três ou quatro pessoas. Posso andar devagar, sem pressa. É como se nas férias até o tempo andasse mais devagar, só pra você poder aproveitar cada minuto.

São Paulo é linda. Gigantesca. E não tenho tempo de explorá-la. Trabalho, faculdade, cursos. Visitar meus pais nos finais de semana. Tudo me afasta. Nada me permite conhecer a cidade que adotei. E isso aconteceu há seis anos.

Dia desses estava vindo trabalhar. Sem prestar muita atenção no caminho. Até que algo me chamou a atenção. A falta de trânsito. E então eu pude ver edifícios lindos, que infelizmente estão degradados, simplesmente pq eu não tinha tempo. Eu não olhava pq estava sempre com pressa, sempre atrasada por conta do trânsito. E eu acordei.

Finalmente vou explorar minha cidade. Cada final de semana que ficar aqui farei um programa que nunca tenha feito. Conhecerei restaurantes novos. Bares novos. Pessoas novas. Paulistanos ou adotados como eu que não podem sair de São Paulo na sua melhor fase do ano. Na sua fase mais bonita do ano.

Daqui a alguns dias completarei 365 dias. O que eu vou fazer então?

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