29 julho, 2009

O que eu perdi

Eu perdi a fé no amor. Eu perdi a fé no mundo. Eu perdi a fé nos dias, nas semanas, nos meses, nos anos. Eu perdi a fé nas horas. Eu perdi a fé nas pessoas, nas palavras, nos gestos, nos afetos. Eu perdi a fé nos amantes. Eu perdi a fé no trabalho, na humanidade, na sociedade. Eu perdi a fé nas escolhas. Eu perdi a fé no cotidiano, na rotina. Eu perdi a fé nas instituições previamente impostas por uma sociedade hipócrita e corrupta. Eu perdi a fé em mim, na minha vida, no meu futuro, no meu destino. Eu perdi a fé nos meus sentimentos, tão confusos eles andam...

E se você me ajudasse a encontrar a fé?

27 julho, 2009

E eu finalmente cansei...

Eu nunca fui daquelas que se nega a fazer coisas pelas pessoas que ama. Muito pelo contrário. E acho que por conta disso tive as maiores dores e decepções da minha vida. O meu impedimento de dizer não sempre machucou apenas a mim, mas creio que, sabendo que eu deixei alguém feliz, no fundo eu achava que estava td bem. E não está.
Eu percebi que não posso ser responsável pelos outros. Que não tenho como colocar freios e impedir que as pessoas sejam inconseqüentes. A única coisa que posso fazer é dizer não.
Já vi vocês usando pade. Já vi vocês gastando um dinheiro que não tem. Já vi vocês gastando o dinheiro de outro alguém. Já vi vocês fazendo coisas impublicáveis. Mas eu finalmente cansei. Agora, a responsabilidade é de vocês. O que posso oferecer agora é apenas meu ombro. A minha energia vcs também já gastaram...

13 julho, 2009

Nós dois

Nós dois ficamos juntos por um tempo. Pouco tempo, se comparado com as experiências que ele teve depois. Mas ficamos juntos por um tempo. Rimos, choramos, brigamos. Fomos e voltamos incontáveis vezes. E então, nos separamos de vez.
Nos machucamos de maneiras diferentes, por motivos diferentes e com intensidades diferentes. Cada um sabe bem a dor que carregou durante todos esses anos. Eu nunca escondi que demorei anos para esquecê-lo. Mesmo tendo me mudado, me encontrado, feito coisas novas e experimentado tudo o que estava ao meu alcance, tentei esquecê-lo por diversas vezes sem sucesso. Não sei como foi para ele. Somos bem diferentes neste aspecto. Ele é mais teimoso. Eu sou mais tola, tenho costume de remoer (sou limítrofe...). Mesmo assim, depois de anos, ele passou a ser uma memória divertida. Algo que me ensinou muitas coisas - coisas essas que tentei aplicar em tudo o que fiz e faço. Foi difícil. Todas as lágrimas, todas as dores, os pensamentos. Mas uma hora tudo ficou para trás.
E então nós dois crescemos. Nós dois amadurecemos. Longe um do outro, sem contato algum. Por muitas vezes, durante todos esses anos eu me peguei pensando nele. Se ele estava feliz, realizado, saudável. Apesar de todas as dores, sempre quis que ele fosse feliz. Que encontrasse tudo o que sempre quis para o quadro que ele sempre pintou. Mas viramos adultos e nos tornamos pequenas lembranças dentro de cada um. Foi entao que deixei de pensar nele. Foi então que segui com a minha vida. Decidi que um outro alguém poderia ser digno da minha confiança.
Mais uma vez eu errei. Mas eu aprendi com os erros com ele. Entao, foi bem mais fácil de lidar. E aí nos encontramos por um capricho de um certo alguém querido. Alguém que cansou de me ver sozinha.
E nós rimos juntos de novo, brincamos. E descobri que aquela intimidade que há tantos anos estava apagada, continuava ali. Que parecíamos os mesmos de sempre. Que nada mudou ao longo desses incontáveis anos.
Mas tudo mudou. Nós viramos adultos. Vivemos vidas bem diferentes e temos visões diferentes das coisas. Por duas horas, nada havia mudado. Até a realidade bater na porta.
Para sempre o terei como alguém muito querido. Que me bateu a afagou. Que me ensinou coisas certas e erradas. Só não existe mais aquele sentimento de antes, aquela paixão. Hoje existe carinho. Há muito coloquei uma pedra no sentimento que tinha. Mas o carinho que carrego é pra sempre. E é suficiente para mantermos uma amizade, que surgiu depois que as dores foram apagadas...

07 julho, 2009

Falta algo...

Às vezes eu me pergunto se é preguiça. Se é por falta de assunto. Se é bloqueio. Ou até mesmo por não saber escrever sobre qualquer assunto. Na verdade, nunca soube escrever sobre nada – tive espasmos algumas vezes e desses espasmos surgiram textos divertidos.
Por mais que eu não tenha conseguido escrever nada descente nos últimos tempos – e pra ser bem honesta, não tenho conseguido escrever nada, que preste ou não – eu sinto um vazio muito grande quando não escrevo. Parece que nada faz sentido ou tem graça. Parece que tudo o que foi feito foi em vão, pq não consegui escrever nada sobre aquilo.
Pode ser que eu me force demais a escrever e, portanto, nada saia do meu mofado cérebro. Mas se não escrevo, nem que seja uma frase sequer, tendo ela algum efeito nas pessoas ou não, eu me sinto vazia. Como se nada fizesse sentido.
E ultimamente nada tem feito sentido. Não consigo mais ser engraçada como antes. Não consigo soltar uma frase que seja. Apenas as conversar corriqueiras de todos os dias. Tenho servido de ombro amigo. Escuto, abraço, choro junto. Mas nada é dito. Pq simplesmente eu não consigo pensar em nada. Formar uma opinião. Expressar um desejo. Nada.
Eu não sei pq tem sido assim. Eu tenho vontade de escrever e tenho milhões de assuntos na cabeça, mas nada acontece. Não sei se eh pq nada causa um impacto suficientemente forte em mim para que eu me motive a escrever, ou se simplesmente a era dos espasmos acabou e agora eu percebi que não sirvo para escrever nada.
Meu livro está parado há uns dois ou três anos. O último texto que escrevi foi sobre MJ e só pq senti repugnância com o texto do Paulo Ricardo. Quis falar sobre a decisão de não mais necessitar de diploma para exercer o jornalismo, mas tanto já foi dito, por tantas pessoas, que não consegui falar nada. Quis falar sobre amizade, sobre o meu primeiro “date” na vida. Quis falar sobre as irresponsabilidades de alguns amigos com dinheiro, quis falar mais sobre mim, sobre minha família.
Mas simplesmente nada mais faz sentido o suficiente para que eu coloque no papel. Não me sinto em paz, mas Tb não me sinto mal ou confusa. Eu simplesmente não ando sentindo nada. Acho que tenho me preocupado demais em ser boa ouvinte para os outros e tenho esquecido de ser boa ouvinte pra mim.

03 julho, 2009

Raining again...

Just don't feed the monster...