13 julho, 2009

Nós dois

Nós dois ficamos juntos por um tempo. Pouco tempo, se comparado com as experiências que ele teve depois. Mas ficamos juntos por um tempo. Rimos, choramos, brigamos. Fomos e voltamos incontáveis vezes. E então, nos separamos de vez.
Nos machucamos de maneiras diferentes, por motivos diferentes e com intensidades diferentes. Cada um sabe bem a dor que carregou durante todos esses anos. Eu nunca escondi que demorei anos para esquecê-lo. Mesmo tendo me mudado, me encontrado, feito coisas novas e experimentado tudo o que estava ao meu alcance, tentei esquecê-lo por diversas vezes sem sucesso. Não sei como foi para ele. Somos bem diferentes neste aspecto. Ele é mais teimoso. Eu sou mais tola, tenho costume de remoer (sou limítrofe...). Mesmo assim, depois de anos, ele passou a ser uma memória divertida. Algo que me ensinou muitas coisas - coisas essas que tentei aplicar em tudo o que fiz e faço. Foi difícil. Todas as lágrimas, todas as dores, os pensamentos. Mas uma hora tudo ficou para trás.
E então nós dois crescemos. Nós dois amadurecemos. Longe um do outro, sem contato algum. Por muitas vezes, durante todos esses anos eu me peguei pensando nele. Se ele estava feliz, realizado, saudável. Apesar de todas as dores, sempre quis que ele fosse feliz. Que encontrasse tudo o que sempre quis para o quadro que ele sempre pintou. Mas viramos adultos e nos tornamos pequenas lembranças dentro de cada um. Foi entao que deixei de pensar nele. Foi então que segui com a minha vida. Decidi que um outro alguém poderia ser digno da minha confiança.
Mais uma vez eu errei. Mas eu aprendi com os erros com ele. Entao, foi bem mais fácil de lidar. E aí nos encontramos por um capricho de um certo alguém querido. Alguém que cansou de me ver sozinha.
E nós rimos juntos de novo, brincamos. E descobri que aquela intimidade que há tantos anos estava apagada, continuava ali. Que parecíamos os mesmos de sempre. Que nada mudou ao longo desses incontáveis anos.
Mas tudo mudou. Nós viramos adultos. Vivemos vidas bem diferentes e temos visões diferentes das coisas. Por duas horas, nada havia mudado. Até a realidade bater na porta.
Para sempre o terei como alguém muito querido. Que me bateu a afagou. Que me ensinou coisas certas e erradas. Só não existe mais aquele sentimento de antes, aquela paixão. Hoje existe carinho. Há muito coloquei uma pedra no sentimento que tinha. Mas o carinho que carrego é pra sempre. E é suficiente para mantermos uma amizade, que surgiu depois que as dores foram apagadas...

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